A criação de um ambiente digital começa com a arquitetura de informação. Ela define a base sobre a qual será construído o site, informando seu tamanho, complexidade, como cada conjunto de informações está organizado e como se dará a navegação principal. Normalmente, quando pensamos na arquitetura de informação, a primeira imagem que vem à cabeça é o desenho do mapa do site, com suas “caixinhas” indicando os menus, submenus e páginas principais do site. Apesar de toda a evolução que o meio digital teve nos últimos anos, a arquitetura de informação pouco mudou. Até agora.
Como usuários, estamos cada vez mais navegando de forma contextual, por sistemas de busca, hashtags e palavras-chave. De certa forma, estamos nos libertando da navegação feita somente por meio de menus e submenus e passamos a ter uma experiência mais fluída, onde a navegação se dá de forma mais horizontalizada e de acordo com o assunto que estamos lendo num determinado momento. Isso não quer dizer que menus e sub-menus deixarão de existir. Eles continuam sendo um elemento importante de um site, mas a navegação contextual vai assumir cada vez mais relevância na experiência do usuário e a arquitetura de informação precisa acompanhar esta evolução.
O desenho tradicional de arquitetura de informação torna quase impossível a indicação da navegação contextual. Afinal, como vou criar uma “caixinha” para um assunto que eu não tenho como saber qual é? Para isso, precisamos primeiro decidir onde estarão dispostos os elementos que permitirão esta navegação – conteúdos relacionados, tags e demais links. Por exemplo: tags com assuntos relacionados ao assunto principal estarão sempre abaixo do texto. Mas o que acontece quando o usuário clica numa destas tags? Esta é uma pergunta que a arquitetura de informação deve responder.
Ao desenvolver projetos nos últimos anos percebi que uma ótima alternativa para resolver este aparente “problema” é criar páginas de conteúdos que funcionam como um resultado de busca, mas que visualmente são pensadas como uma espécie de “home” para estes conteúdos. Por exemplo, uma página acessada após o usuário clicar na tag como “natureza” traz todos os conteúdos assim classificados e organizados por artigos, notícias, vídeos, etc. Esta página pode ser indicada normalmente no desenho da arquitetura de informação mas é importante salientar que todas as possibilidades de uma navegação contextual só poderão ser melhor explicitadas no desenho da interface por meio do wireframe.
Além de andar junto com a interface, uma arquitetura de interface que coloca a navegação contextual como uma de suas prioridades, deve ser criada de forma paralela ao processo de definições de taxonomia. Afinal, é da classificação de conteúdo que sairá a matéria-prima para o arquiteto de informação definir a navegação contextual.
Como podemos ver, a criação de uma arquitetura de informação baseada na navegação contextual acaba sendo um trabalho multidisciplinar, que abre um leque de possibilidades a ser explorado num ambiente digital. De certa forma, a navegação contextual tira a arquitetura de informação da sua zona de conforto e permite que a experiência do usuário seja muito mais fluida e o retorno em satisfação do cliente para a empresa, seja muito maior.