“Quem não se comunica, se trumbica.”, já dizia o saudoso Chacrinha. Saber se comunicar com clareza para ser entendido pelo maior número de pessoas possível é o objetivo máximo de qualquer ambiente digital. A clareza na comunicação representa uma experiência fluída e satisfatória para a pessoa usuária.
Mensagens claras e objetivas fazem toda a diferença numa experiência digital. Quando as palavras não deixam dúvidas, a pessoa usuária entende rapidamente o que precisa fazer, o que irá acontecer após o clique e como deve seguir em sua interação com um site ou aplicativo. A clareza ajuda a manter o foco na tarefa. Sua falta – seja com instruções vagas, termos técnicos ou frases longas – cria confusão, faz a pessoa usuária perder tempo e gera frustração.
Clareza e objetividade são pilares do bom microtexto
Textos claros são objetivos, ou seja, dizem apenas o que é necessário para que a informação esteja completa. Seja a instrução para o preenchimento de formulário, a explicação de um processo de pagamento ou uma mensagem de sucesso, os microtextos de uma interface devem ir direto ao ponto, sem adjetivos desnecessários, usar linguagem simples e palavras que todos possam entender, independente de região, classe social e nível escolar.
Mas um texto ser objetivo não significa necessariamente ser um texto curto. A clareza da mensagem deve estar lado a lado com a objetividade. Por exemplo: um botão escrito apenas “Continuar” numa página de carrinho de compras não informa claramente para onde a pessoa usuária vai continuar após o clique. Neste caso, precisamos de mais palavras para tornar a mensagem mais clara. Qualquer dúvida é eliminada se o mesmo botão dizer “Continuar comprando” ou “Continuar para pagamento”.
Quando escrevemos um texto mais longo, precisamos cuidar para que os parágrafos sejam curtos e atraentes para a leitura, com bom espacejamento entre as linhas e entre os parágrafos. A clareza também tem que ser visual.
Algumas dicas importantes para uma escrita clara e concisa no UX Writing
– Simplifique o texto, elimine palavras desnecessárias e evite jargões, siglas e termos técnicos. Se precisar usá-los, forneça uma explicação.
– Use frases curtas e sentenças diretas para transmitir informações rapidamente.
– Divida os textos de íntegra em blocos com parágrafos curtos e separados por espaços. Isso guia o olhar da pessoa usuária e a ajuda a compreender melhor o conteúdo.
– Listas e detalhes podem ficar difíceis de ler num parágrafo e, neste caso, o melhor é usar tópicos com “bullets”. Antes dos tópicos, crie uma frase de apresentação e separe os elementos para facilitar a memorização.
– Realize testes de usabilidade para identificar pontos de fricção e ajustar a clareza em cada microinteração da interface.
Mais importante: procure conhecer a linguagem natural do seu público para escolher palavras que sejam familiares a ele e serão entendidas com facilidade. Considere também o contexto da interação para identificar o conhecimento prévio que a pessoa usuária precisa ter para completar cada tarefa.
Como podemos perceber, uma experiência satisfatória só é alcançada quando o propósito e as ações de um site ou aplicativo são comunicados com clareza e objetividade. E o UX Writing é o elemento central para que isso aconteça.